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Guia de sistemas genéricos


Não é segredo para ninguém que existem diversos jeitos de jogar RPG de mesa, bem como uma vasta coletânea de sistemas para tal, mas, hoje, nós da Canto Heroico nos juntamos com o pessoal da RPnG Cast para trazer para vocês tudo que é preciso saber sobre os Sistemas Genéricos de RPG de mesa.


Tá, mas o que é um sistema genérico?


É todo e qualquer sistema cujo conjunto de regras básicas permite jogar RPG em qualquer cenário, dentro de qualquer temática que você queira aplicar.

O primeiro sistema genérico de RPG de mesa em registro foi Chaosium's Basic Role-Playing, que foi logo seguido de GURPS, um dos mais famosos dessa categoria, que foi lançado 6 (seis) anos após o primeiro citado.


Desde então, diversos sistemas genéricos foram lançados, incluindo Savage Worlds, Fate, Dread, L.U.N.A, 3D&T e vários outros, apenas incrementando cada vez mais esse mercado riquíssimo. Porém, além de serem vários, os sistema genéricos possuem características que são comuns a todos.

  • Ausência de classes (stricto sensu)

Não há classes definidas (guerreiro, mago, etc…), tampouco parâmetros para criação de uma, apenas características. Isso, é claro, permite a flexibilidade entre temas. Não faria sentido, por exemplo, ter uma classe de magia em um cenário que simula a vida real ou um guerreiro cósmico em um mundo medieval.

  • Ausência de progressão gamificada

Embora possam existir “níveis de poder” esses níveis não estão em caixas, e não há árvores de habilidades como vemos em jogos eletrônicos bem como em diversos sistemas de RPG (D&D, Pathfinder, Tormenta). Em sistemas genéricos, muitas vezes os personagens acabam por evoluir seus atributos ou trocar pontos de experiência por talentos, perícias e habilidades, deixando seus personagens ainda mais personalizáveis e únicos.

  • Personalização mais ampla

Com a ideia de adequação a todo e qualquer cenário, um sistema genérico tem a criação de PJ mais aberta e, portanto, delimitada apenas pelo cenário de jogo.

  • Falta de mecânicas específicas

Apesar dessa personalização mais ampla, se você procura um sistema que se encaixe 100% (cem por cento) no padrão que você deseja para a sua história, cheio de mecânicas que se encaixam no seu tema, saiba que não irá encontrá-lo em um sistema genérico, afinal, esse é todo o ponto de um sistema genérico.

  • Exigem mais preparação por parte do Mestre/Narrador

Justamente por não possuírem mecânicas inerentes ao cenário, tampouco classes ou ancestralidades prontas, a mesa de jogo deve se encarregar de preparar esses materiais, ou buscar suplementos fora do livro base.

Dentro dos sistemas genéricos há diversas subdivisões, mas iremos trazer duas específicas, apresentando suas diferenças: Sistemas Simulacionistas vs. Sistemas Narrativistas.

  • Sistemas simulacionistas

Esses sistemas tentam emular, com diferentes graus de complexidade, a realidade. As mecânicas do jogo sempre tem como base as leis físicas do nosso mundo e a verossimilhança. Mas não se engane, um sistema simulacionista pode ser simultaneamente simplista e elegante. Entretanto, a maioria deles ainda possui algum “crunch” de regras, mas nada mais complexo do que qualquer sistema voltado a combate, como D&D, por exemplo. Exemplos de sistemas simulacionistas são: Daemon, L.U.N.A. ,Ultra-real 3d10 e o famoso GURPS.

  • Sistemas narrativistas

Esses sistemas têm uma lógica própria voltada a contar histórias e manter as regras o mais enxutas possível. Fáceis de digerir e amigáveis com iniciantes, esses sistemas são a porta de entrada de muitos RPGistas que queiram fugir do convencional, ou mesmo que desejem apenas algo rápido e sem muito compromisso. Exemplos de sistemas genéricos narrativistas são: 3D&T, Fate, Savage Worlds.


Entretanto, é preciso ter em mente que essa classificação não é meramente polarizadora e sim um vasto espectro no qual sistemas Narrativistas e Simulacionistas fazem parte de extremidades opostas. Há uma linha muito tênue nesse espectro, de forma que você, que está lendo, pode inclusive discordar das classificações propostas aqui, e isso é perfeitamente aceitável.


Em quesito de qualidades, a coisa mais importante nesses sistemas é que eles sejam adaptáveis, ou seja, que possam ser jogados em qualquer cenário, e ainda assim, trazer o feeling que o universo exige. Entretanto, sempre haverá aqueles que são melhores em uma coisa em detrimento de outra, pois nenhum sistema é perfeito. Por isso, escolha aquele que melhor se adaptar às necessidades da tua mesa. Vai ser um jogo mais completo, estilo GURPS ou mais rápido, como Savage Worlds? Opções não faltam, que tal experimentar?


Agradecemos a página @RPnGcast por juntar a nós para fazer esse post! Confira o trabalho deles!


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