Em clima sombrio, trago uma história para ti. Sente-se e deixe sua mente fluir no conto do poço dos desejos.
"Há muito tempo atrás existia um poço de pedra vizinho a uma vila. Aquele poço havia secado fazia tanto tempo que ninguém mais lembrava da existência dele. E, esquecido, acumulava musgo e sujeira ao seu redor.
Um dia, um homem sedento parou neste poço que encontrou. Para seu azar, não havia um pingo sequer de água nele, nem mesmo para enganar a sede. Frustrado, sentou cansado no chão do lado da estrutura de pedra. Foi quando ouviu uma voz delicada:
“Jogue-me seu cantil, que darei a água que procura.”
Havia ficado louco? Pensou o homem. Quem falava com ele naquela mata vazia? A voz repetiu:
“Jogue-me seu cantil, que darei a água que procura.”
Era o poço, ecoando uma voz etérea! Assustado, mas com a sede guiando seus pensamentos, o aventureiro jogou o cantil e ficou vendo ele cair em um fundo sem fim.
O balde do poço, que parecia não se movimentar a séculos, começou a subir sem ninguém parecer controlá-lo e quando chegou à superfície estava completamente cheio. Ele saboreou a água gelada e agradeceu a seja quem tivesse ajudado. Disse que poderia ajudá-lo a sair de lá, mas o poço negou dizendo:
"Estou aqui a tanto tempo que não poderia deixar esse lugar. Fico feliz em ajudar no que precisar."
No dia seguinte, o homem teve fome e não possuía nenhum dinheiro para gastar em comida. Logo pensou que o poço mágico poderia ajudá-lo!
“Caro poço! Por favor, abençoe-me de novo! Tenho uma fome insaciável e não tenho como comprar comida!”
“Viajante… Para cumprir seu desejo preciso de algo em troca. Me dê seu saco de moedas vazio e poderei te ajudar”
O homem novamente fez o que o poço falante pediu. Dessa vez, invés de água, o balde subiu cheinho de moedas de ouro. Naquele dia, o viajante comeu como um nobre. Mas aquele poço o intrigava. O que mais poderia fazer? Qual o limite de seus feitos? No dia seguinte, voltou à mata.
“Caro poço! Tens me ajudado demais. Mas tenho um pedido que fará com que eu não mais tenha que implorar por água ou comida a ti! Torne-me Rei, gentil poço!”
O poço ficou em breve silêncio.
“Aproxime-se viajante, pois quero algo em troca.”
O viajante se aproximou. Ficou tão perto da boca do poço, que se segurou firme para não cair. Foi quando viu uma luz singela subir e subir cada vez mais rapidamente do fundo. Mal reagiu quando uma mão segurou seu rosto e uma face pálida e fantasmagórica lhe encarou.
"Deu-me seu cantil e lhe dei água em troca. Entregou-me seu saco de moedas e lhe dei dinheiro"
A voz do poço soou profunda
“Te transformarei em rei, viajante. Mas eu te darei uma vida que não é sua. Dai-me sua vida no lugar!”
A mão puxou a alma do homem para fora de seu corpo e, quando ele percebeu, já estava descendo na escuridão completa do poço. Acima, um rosto o vigiava… o seu próprio, a sorrir, habitado pelo espírito com o qual trocara de lugar."
Como usar essa história no seu cenário:
Missão: Seus jogadores poderão encontrar o poço com a alma do aventureiro preso. O objetivo será encontrar uma forma de trocar seu corpo de volta e destruir o poço
Missão: Os jogadores terão que resolver algum pedido realizado pelo poço dos desejos.
Cenário: Um bardo que queira colocar um clima de terror na aventura pode contar essa história
Itens: Os jogadores podem encontrar o poço e pedir algum item, mas cuidado! Cada pedido terá que ter algo para ser trocado. Quanto mais difícil de conseguir a realização maior o preço
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